quinta-feira, 8 de maio de 2014

Tradução: "A Copa é uma vaca gorda"

O David Klaubert, um amigo querido que dividiu casa comigo quando morei na Alemanha, está no Brasil a trabalho, pelo Frankfurter Allgemeine Zeitung. Ele é repórter e vai trabalhar durante esse período de Copa do Mundo lá no Rio de Janeiro. Começou hoje já publicando uma entrevista bem bacana, que tive muita vontade de traduzir - ai, quero viver disso um dia! - e postar aqui. A todos os fanáticos pelas figurinhas da Copa do Mundo, incluindo meu namorado, segue a entrevista.



A Copa do Mundo é uma vaca gorda

Debaixo de um guarda-sol no meio do Rio de Janeiro, *João vende figurinhas. Agora, às vésperas da Copa do Mundo, isso o torna personagem de uma entrevista. Uma conversa sobre o negócio, o valor de Neymar no mercado e a febre pelo futebol.



No centro do Rio: em frente a duas cabines telefônicas lotadas de papéis com telefones e fotos de prostitutas colados, *João, 54, construiu sua banca: quatro caixas de madeira, três cadeiras de plástico e um guarda-sol azul.  Com *José, seu assistente, ele vende “figurinhas”, como são chamados os adesivos da Panini para a Copa do Mundo. As vendas não são feitas normalmente, por pacotes fechados, mas sim em unidades.

- Quanto custa uma figurinha?
R: A partir de 30 centavos. Eu vendo 3 por um real (aproximadamente 30 cents de euro). Mas tem as mais caras: as que brilham, as de estádios e as fotos dos times custam 50 centavos. As de jogadores brasileiros custam 2 reais. E aí tem o Cristiano Ronaldo, também por 2 reais, o Messi por 3 e o Neymar, por 5. Neymar é a mais difícil de achar.

- A Panini afirma que há o mesmo número de figurinhas de cada jogador distribuídas nos pacotinhos.
R: Isso é o que eles dizem. Eu comprei uma caixa com 5 mil figurinhas. Dentro havia seis do Neymar e 4 do Messi. Dos outros jogadores tinha muito mais. Gana, Croácia, Honduras e a Espanha são fáceis de achar, só as de número 115 e 116, que se não me engano são do Xabi Alonso e Jordi Alba, que são difíceis. E a Holanda é um absurdo, é o time mais difícil de achar de todos.

- Mas os brasileiros são os mais caros?
R: Isso é uma questão de procura maior. E mais caro que o Neymar ninguém pode ser.

- E a Alemanha?
R: Deles tem muita. Não muita, muita, muuuita. Mas é ok.

- Aonde você compra as figurinhas?
R: Na banca de revistas. Um pacote com 5 figurinhas custa um real. Como eu compro muito, tenho desconto de 15%.

- E quem compra de você?
R: Isso varia, de jovens a idosos. Muitos já me conhecem e vêem aqui só pra isso. Outros passam por aqui acidentalmente. Alguns compram para filhos, netos, sobrinhos. Muitos compram pra eles mesmos. Isso é uma febre. Muito mais do que em Copas anteriores.

Até mesmo nesta manhã nublada o movimento é grande: homens de negócios de terno e gravata, empregados com uniforme de supermercado, aposentados, de vez em quando uma mulher, das quais *João se despede dizendo “obrigada, meu amor”. Quase todos com listas em mãos, com os números das figurinhas que ainda faltam, escritas à mão com letras infantis ou impressas. Estudantes controlam o avanço da sua coleção por aplicativos de smartphones. Um homem comum com seus 40 anos se aproxima para buscar um pedido que ele fez no dia anterior registrado em duas folhas de papel A4: 200 figurinhas, pelas quais ele pagou 100 reais (cerca de 30 euros).

- Não acaba a diversão quando é possível comprar as figurinhas sabendo quais são, ao invés de colecionar e trocar?
R: O legal é abrir o pacote, procurar. Mas sabe por que ele decidiu comprar as que estavam faltando?  São 640 figurinhas no álbum. Ele já tem mais de 400, e quando compra um pacote novo, normalmente a gente recebe figurinhas que já temos. Isso vira uma bola de neve e o álbum nunca se completa. Por isso chega um momento em que é mais barato comprar de mim.

- E quanto você ganha com essa venda?
R: Já ganhei um tanto razoavelmente bom, mas prefiro não falar sobre isso. Ao todo já comprei 25 mil figurinhas, e o investimento já valeu a pena.

- Quanto você vende por dia?
R: Às vezes vendo uns 200 reais, nos meus melhores dias chego a vender uns 800 e poucos reais.

- Você também troca figurinhas?
R: Sim, para conquistar novos clientes. E para aumentar a minha oferta. Eu pego três figurinhas por uma. E eu sempre troco na mesma categoria, ou seja, brasileiros por brasileiros, por exemplo.

- Quanto tempo por dia você fica aqui sentado?
R: Eu chego às 8, 9 horas e fico até umas 18h. Então eu levo meu carrinho, com minha moto, para um abrigo. As figurinhas eu levo pra casa comigo. Lá eu separo as minhas novas figurinhas, por seleção e pelo número. Às vezes é rápido, às vezes faço isso até uma, duas da manhã.

- Você consegue viver bem disso?
R: Claro que os ganhos agora são maiores. Por isso, até a Copa, o *José me ajuda por 40 reais por dia. Ele é o melhor separador de figurinhas que eu já tive. Mas isso vai rolar só mais uns 2, 3 meses. Depois passa. Existem vacas magras e vacas gordas, a Copa do Mundo é uma vaca gorda!

Na caixa ao lado das figurinhas da Copa fica uma pilha de jornais. Ele os vende mais barato que na banquinha ao lado. Ele recorta os selos promocionais e pega os prêmios para si: carrinhos de brinquedo, copos, bolas, tickets de descontos.

- Quanto você ganha quando não há Copa do Mundo?
R: O suficiente pra pagar minhas contas. Mas tem algumas semanas difíceis, em que ganho até menos de 50 reais. Por isso preciso fazer uma reserva.

- Você tem família?
R: Duas filhas, neto. Estou separado da minha esposa. Hoje moro sozinho em uma casa aqui perto. Um quarto, cozinha e banheiro. Só o aluguel custa 677 reais por mês, mais a energia, a água...

- Essa venda aqui na rua é legalmente permitida?
R: Não é exatamente permitida, mas é tolerada. Eu não vendo nenhum produto pirata do Paraguai. Figurinhas e jornais, não há nada de ilegal. Faço isso há 17 anos. Graças a Deus nunca tive problema. Se me expulsarem daqui, acaba tudo. Isso aqui é minha vida.

- O que você faz durante a Copa do Mundo?
R: Trabalho. A não ser nos dias de jogo do Brasil. Aí me encontro com amigos, assistimos aos jogos juntos e fazemos churrasco.

- E quem será o campeão do mundo?
R: Eu espero que o Brasil chegue à final. Eu vibro pelo Brasil, claro. Também por causa do trabalho. Quando o Brasil foi desclassificado na última Copa, meu negócio caiu muito. 


*Os nomes foram alterados a pedido do entrevistado.


  Texto: David Klaubert
Tradução: Ana Carolina Castro

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O que a escola deveria ensinar

Sei que não sou a primeira nem serei a última a concluir que o currículo escolar como era no meu tempo (aqui devo admitir que saí da escola já há quase 10 anos, uow!) e, ainda hoje, é um tanto defasado. Ou inadequado. Ou ambos.

O deputado federal e ex-boleiro Romário propôs que a Constituição seja estudada em sala de aula. Cheguei à mesma conclusão depois de frequentar o preparatório para concursos. Eu tenho certeza que o país seria outro se as pessoas conhecessem seus direitos desde pequenas.  Isso é imprescindível para que  se possa ser um cidadão pleno. Para questionar ilegalidades óbvias, para se impor.  A Constituição é só o primeiro exemplo. Coisas que as crianças vão realmente precisar no futuro, independente da carreira que escolherem, deveriam ser ensinadas nas escolas. 
A piadinha rola no Facebook. Eu também nunca a usei, mas porque sou jornalista e nunca precisei. Quem escolheu outros caminhos pode precisar dela e é bom que na escola se tenha noção do todo para que se faça uma escolha melhor embasada da carreira a seguir, mas não pode ser só isso. Educar para a vida não pode se restringir a educar para o vestibular (ou Enem, atualmente). E nem estou entrando em mérito de valores, que muitas vezes perpassam por posicionamento político em sala de aula. Mas é preciso ensinar na escola o que todos vão usar na vida. Nesse sentido, seguem outras coisas que acho que as escolas deveriam ensinar:

- Sistema eleitoral brasileiro. O que adianta poder votar ainda no ensino médio sendo que pouco se estuda sobre as funções e responsabildiades de cada um dos cargos eletivos? O funcionamento de partidos políticos também é algo a se tratar - quem sabe assim, alguém questiona essa farra instaurada?

- Conhecimentos bancários. Cedo ou tarde quase todo mundo terá uma conta de banco, seja pra fazer poupança, seja pra receber o salário. E/ou um cartão de crédito. Acho que seria bacana conhecer o básico sobre isso desde pequeno. Talvez pudesse entrar junto com matemática financeira. Quem sabe assim menos gente se embolaria em prestações a perder de vista? Ah, aqui poderia entrar também o tal do Imposto de Renda. Ô coisinha complexa, né?

- Noções de direção e comportamento/legislação de trânsito. As escolas até passam por esses temas, mas esporadicamente, em eventos especiais, e acho que isso deveria ser parte da grade fixa. Mas não só algo voltado para carros: discussão real da mobilidade nos grandes centros urbanos também deveria ser rotina nas escolas.

- Planejamento familiar. Sim, por que não? Nessa parte o governo é totalmente omisso. Me lembro sempre da época em que tentei pautar isso em uma entrevista na rádio em que trabalhei e simplesmente não tinha nenhuma fonte oficial sobre o assunto. Não que fontes oficiais são as únicas credenciadas a falar de algo, mas isso demonstra o quanto o assunto é tabu e é ignorado. Aí tem adultos que não dão conta nem de si mesmos e acabam tendo filhos mesmo assim, o que gera uma série de questões como abortos clandestinos, abandono de menores etc. Parece que o que reina é a mentalidade "tenha filhos, quantos quiser e puder, é natural". Sim, é natural, mas é preciso, pelo menos, fazer se pensar sobre o assunto e as responsabilidades que a maternidade/paternidade trazem. É uma criança, afinal, não um brinquedo.

- Programação/Informática. Minha gente, tudo é online hoje em dia, não adianta negar. Quisera eu ter aprendido na escola o básico sobre isso. Minhas aulas de informática se resumiam a joguinhos em CDs ROM. Sim, sou desse tempo. E eu acho que saber sobre programação não é algo que só programadores ou engenheiros da computação deveriam saber. Todo mundo usa a rede, noções básicas de seu funcionamento são essenciais.

 
Esses são os seis exemplos que me ocorrem no momento. Algo mais?

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A pressa que não leva a lugar nenhum

A sua pressa não vai acelerar o ritmo das coisas. Essa afirmação caberia a temas diversos da vida, inclusive aos mais profundos e íntimos. Porém, estes não são os objetos de análise deste texto. Escrevo sobre algo aparentemente banal, mas que revela uma possível tendência do comportamento humano, afinal, é nas ações, e não nas orações, que se percebe o que alguém de fato é.
Então vamos aos fatos: sua pressa não vai fazer a porta do avião abrir mais rápido nem o avião decolar antes do horário. Ah, é esse o tema? É. Desculpa se desapontei, mas é isso. Em 2013 quis o destino que eu viajasse muito mais de avião do que estava acostumada – o destino e as promoções de passagens aéreas, que possibilitaram isso. Quase todos os meses, a partir de julho, embarquei para o ensolarado Rio de Janeiro, em escalas por São Paulo ou Brasília. Em todas as ocasiões pude observar um comportamento que me intriga e muito.
Determinado o portão de embarque, todos se sentam ao seu redor, esperando o chamado. Mas, antes mesmo dele, alguns já insistem em fazer fila no portão. “Pedimos aos clientes do vôo 000 com destino à Felicidade para que aguardem sentados na sala e dirijam-se ao portão de embarque quando forem chamados”. Parece que aquelas pessoas em pé, na fila, têm algum problema de audição e ignoram o aviso. Ou gostam de se cansar – cada um gosta do que quiser.
Proceed to Gate aparece na tela acima do portão de embarque. Muitos não percebem que aquilo significa “encaminhe-se ao portão de embarque” e que o fato de estar sentado próximo a ele já é suficiente. A grande maioria se levanta e vai se juntar aos que formavam a pequena fila inicialmente. Forma-se um corredor de humanos e suas bagagens de mão. Continuo sentada, observando. Todos parecem entediados naquela fila, sem perceber que a opção de estar ali é deles mesmos.
Alguns minutos depois, inicia-se o embarque. “Prioridades garantidas por lei, idosos, portadores de necessidades especiais, gestantes, adultos com crianças de colo (...) clientes gold, platinum (...)” e uma infinidade de gente que não se enquadra nestes quesitos continua enfileirada com cara de tédio – alguns tentam passar na frente mesmo sem ter esse direito e são convidados a voltar, revoltados, para a fila.

 Fila - o embarque nem tinha começado

Em seguida inicia-se o embarque dos mortais pelo grupo 1. Grupo 1 é quem senta na janelinha, sempre o meu caso. Quando os primeiros entram, me levanto calmamente e me aproximo do portão. Alguns me olham torto e um até chegou a comentar “olha a fila”. Qual seu grupo? – respondo. “2”, ele responde. Pois é, sou do grupo 1. Minha vontade é mandar um beijinho no ombro, mas opto por virar pra frente e seguir. Às vezes encontro um insistente de um grupo 3 que precisa se levantar para que eu passe e sente na minha janelinha. É, a divisão por grupos existe por um motivo: evitar que uns se levantem pra outros se sentarem e tumultuar ainda mais o corredor do avião, já abarrotado de gente colocando suas bagagens no compartimento próprio a isso (vale lembrar que dá pra colocar embaixo da poltrona da frente também, mas isso é assunto pra outro post).
Sento-me, afivelo meu cinto, desligo o celular. A garota ao lado joga Candy Crush. Fecham-se as portas e o rapaz que fora um dos primeiros a ir pra fila de embarque foi um dos últimos a embarcar. Devia ser do grupo 3. Ficou quase meia hora em pé, a toa. Os comissários pedem pra desligar o celular, aviso que a menina do Candy Crush finge não escutar até que uma aeromoça simpática pede para ela fazê-lo. Neste momento vejo na aeromoça a figura de uma babá cuidando de adultos que deveriam saber que as orientações estão ali por algum motivo.
Sinal da cruz na partida, durmo feito criança com o barulho contínuo da turbina, sinal da cruz na descida. Mal o avião pousa e os afoitos já tiram os cintos e começam a se levantar. O chefe de comissários avisa que ainda é pra sentar e afivelar os cintos. O avião pára (permitam-me usar esse acento até 2016, obrigada). Todos se levantam e competem para ver quem pega a bagagem de mão primeiro. Continuo sentada, observando. O corredor está tomado de gente em pé, com cara de cansaço, reclamando da demora.

Fila - o avião mal tinha pousado

Não adianta, meus caros. Há todo um procedimento para que a porta do avião se abra. Não é um carro nem um ônibus. Exige mais logística que isso. Ainda é preciso saber onde se pegará a bagagem. Enfim, não é a sua pressa que vai fazer o processo acelerar. As coisas são assim, fim. Começam a andar, pego minha mochila estrategicamente colocada debaixo do banco da frente, o que me poupa alguns segundos, e já saio andando assim que me levanto, poupando minhas pernas da fadiga evitável e pensando: aonde as pessoas querem chegar com toda essa pressa? Não adianta, meus caros. Poupem suas pernas também.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

July

Chegou aqui em casa em agosto de 1999. A contragosto dos meus pais, mas três filhos pirralhos zunindo na cabeça deles e apaixonados por um floco de pelos cor caramelo os venceram. Chegou acanhada. Na memória, ainda estavam frescos os maus tratos que recebeu na casa anterior, pelo simples fato de fazer xixi. Como se fosse um imenso pecado fazer xixi. E ainda ficava o dia todo presa em um banheiro. Mal sabia ela que, na família com quem viveria a partir de então, xixis jamais seriam  um problema.

Com o tempo, foi ganhando a casa até se tornar dona da situação. Escolheu seus queridos (na ordem: minha mãe, meu pai, eu, meus avós maternos) e pronto: com todo o resto, ela implicava. Até dava algumas mordidas de vez em quando, mas nada grave. Não mordia os pés das visitas, mas era melhor que elas não tentassem passar a mão na sua pelugem macia, que estava ficando branca com o tempo. Era difícil resistir e não espremer suas orelhas. Mas eu mesma o fazia com medo de uma dentada (e sim, doía pra cacete!).

"Vamos passear"? - essa era a frase chave para o início da loucura. Latia loucamente, pulava e saía correndo do sofá da sala pro quarto e de volta pro sofá. De vez em quando, calculava errado o salto, vinha correndo muito rápido e poft, se esburrachava no pé do sofá. Aí fazia cara de quem não entendeu e parava de correr. Se o passeio fosse de carro, ela gostava mais ainda. E colocava o cabeção branco peludo pra fora, tomando um ar, "surfando", como diz meu irmão. Eu ficava observando do retrovisor a carinha de felicidade dela. E ficava, automaticamente, feliz.

Quando saíamos e não podíamos levá-la (o que acontecia com mais frequência devido à sua postura "altamente seletiva", tanto com pessoas quanto com outros animais), ela entendia o "tchau" e ia direto pro quartinho, deitar na caminha e ficar emburrada. Mas aí, chegávamos, e ela só sabia fazer festinha de um em um, abanando o cotoco de rabinho e dando boas vindas, com um olhar tão apaixonado que, algumas (muitas) vezes dei uma de Felícia e espremi ela além da conta, confesso. Devia ser uma tortura ver a July e não poder apertá-la. Meu namorado mesmo nunca foi o maior ídolo da July. Ela latia, rosnava, cheirava ele e depois ficava me vigiando. Eu espremia ela muito, ele só olhando. Não devia ser fácil, porque aquela bola branca de pelos era um convite ao abraço mais gostoso do mundo.

Em alguns finais de semana íamos para a chácara do meu pai. Ela ia junto, claro. Para desespero de todo mundo, a bonita descobriu a represa. Mal descia do carro quando chegávamos, já corria loucamente, em linha reta, em direção à represa. E pulava. Sim, dava um salto digno de medalha olímpica. Entrava ali branca, saía marrom cor de terra. Depois, pra terminar, rolava na terra, literalmente. Minha mãe ia ao delírio!

Lembra da história do xixi? Pois é. Não sei como isso se deu, mas ela passou grande parte da sua vida sem derramar uma gotinha de xixi aqui em casa. Nem o número 2 ela fazia. Claro que, pra isso, passeávamos com ela de 2 a 3 vezes ao dia. Era chegar na grama e fazer xixi. E o número 2. Mas aqui em casa, de jeito nenhum. Às vezes, quando chovia muito, meu pai a levava pra sacada e conversava com ela. "July, meu bem, pode fazer xixi aqui, não tem problema, ninguém vai brigar. Tá chovendo, não dá pra sair". O papo era em vão. Ela ficava lá, com carinha de apertada, mas não fazia de jeito nenhum. Aí lá ia meu pai, de carro e sombrinha, parar em alguma pracinha cheia de lama pra que ela pudesse se aliviar.

Foram inúmeras brigas dentro do elevador, com os demais cachorros do prédio. Só o Billy, cocker spaniel de uma das vizinhas, é que tinha o poder de não irritar a July. Ela entrou no cio, como toda mocinha. Teve que usar calcinha com absorvente, e detestava. Nunca se deu com nenhum tipo de roupa. Ficava sentada no mesmo lugar até que alguém tirasse aquela coisa ridícula dela. Mas não tinha outro jeito. Até então eu não tinha os esclarecimentos que tenho hoje sobre a importância da castração e de que muitos dos filhotes fofinhos vão parar em mãos erradas e são simplesmente abandonados. Ou mau tratados, como ela mesma foi quando nasceu. Pois bem, ela namorou. E teve filhotinhos. Os seres mais bonitinhos que já vi na face desse planeta. Ficou ainda mais brava, para proteger a prole. Não me lembro muito bem, mas sei que ela não ficou feliz quando teve que ver os filhotes embora e passou um tempo emburrada com todo mundo.

Um episódio curioso e engraçado era quando ela voltava tosada do pet shop. Morria de vergonha, acho que se sentia nua, e ia pra debaixo da cama. Nada a tirava de lá. Até pra passear ela ficava acanhada, e ia se esfregando na parede, como que quisesse se esconder dentro dela. Falávamos que ela estava liinda, mas ela não era boba e não acreditava. Um dia, minha mãe trocou todas as camas da casa por camas que não têm um vão embaixo. Agora, a opção dela era se esconder no seu quartinho, emburrada.

Durante meus anos de ensino médio, eu era a única que ficava em casa a tarde. Eu, July e minha tartaruguinha. Aliás, até que fosse estabelecida uma convivência harmônica, July insistia em dar umas patadas básicas na tartaruga, que se enfiava em seu casco e saia deslizando no chão. Depois, ela percebeu que ia ter que dividir o espaço e parou com a graça. Nesse tempo em que passava as tardes sozinha com a July, fomos ficando cada vez mais próximas. Ela foi minha maior (e melhor) companhia, posso afirmar com certeza. Se eu chegava alegre, contava tudo pra ela e ela vibrava comigo (sim, ela pulava em mim e eu a abraçava). Se fosse o contrário, eu dava um cafuné nela, ia pro quarto e ela vinha me seguindo. Eu me deitava triste na cama e ela ficava me olhando com cara de "que foi?". Ah, aquela carinha. Aí eu esquecia o problema e ia lá apertar ela. Era a minha terapia. Foi assim com brigas entre amigas, com a perda de avós, com o término de relacionamentos. Ela sempre esteve ali, do meu lado, me fazendo rir nos piores e nos melhores momentos.

Assistia TV na sala com a gente e pedia carinho. Quando eu era mais nova, me deitava com a cabeça no colo da minha mãe, de bruços, e ela acariciava minhas costas vendo novela. Não preciso dizer que isso não durou muito. Minha mãe, inicialmente, tinha que ficar com uma mão em mim, outra na July, que subia no sofá e arranhava a mão da minha mãe até que ela decidisse coçar a cabecinha dela. Depois de um tempo, não tinha mais espaço pra mim. Mas eu nem achava ruim. Ficava olhando a cara de satisfação dela ao receber o cafuné da mamãe. Impagável.

Às vezes, ela me pedia cafuné também. Eu dava, aí, do nada, ela me mordia. Ficava pê da vida com ela por algumas horas. Mas depois ela ficava beirando, e beirando, como que pedindo desculpas, e lá estava eu, apertando ela de novo (mas esperta pra qualquer reação súbita que ela poderia ter). Aceitamos que ela era bipolar e pronto.

Adorava uma meia suja (quanto mais chulé, mais ela gostava de pegar, morder e ficar vigiando). Trocava qualquer brinquedo por uma meia suja, e sumia com nossos pares de vez em quando. Além de comer meias, comia tudo que déssemos pra ela: de melancia a sopa. Claro que não dávamos essas coisas com frequência, sua alimentação sempre foi baseada em ração, mas de vez em quando não resistíamos aos seus olhares pidões e dávamos um ou outro pedaço de carne. Também adorava uma laranja, desde que a gente a mastigasse primeiro. Sim, eco. Mas ela amava!

Fomos tendo notícias de que os cachorros com quem convivemos foram morrendo. E a July foi ficando, firme e forte na sapatilha. Até que começou com uma tosse estranha. Conversei com um veterinário que me disse que poderia ser um vírus. Acreditamos nele, mas infelizmente ele estava errado. Quando a tosse piorou, e parecia que ela ia vomitar toda vez que começava a tossir, meu pai a levou em uma clínica. Lá, o diagnóstico: coração inchado, sopro no coração e água nos pulmões. Foi um baque. Eu não queria acreditar que aquele serzinho, parte da minha vida há 12 anos, estava chegando perto da morte. Sempre soube que poodles vivem, em média, 10 anos. Ela já estava fazendo "hora extra". Mas não queria acreditar. Mesmo velhinha, ela ainda implicava com as pessoas (ok, bem menos que antes), ainda latia, ainda fazia muita festa quando a gente chegava em casa e ainda era super carinhosa.

Como ela estava tomando diuréticos, teve que aprender a fazer xixi na sacada. E aprendeu. Mas mesmo assim, só na sacada. E já estava começando a se adaptar aos tapetes higiênicos que meu pai comprou. Era uma lady nesse sentido. Mas continuávamos passeando com ela 3 vezes por dia. Agora, um passeio na esquina de baixo já a deixava com falta de ar. Às vezes, a levávamos nos braços, ela fazia as necessidades e voltava nos braços de novo, quando percebíamos que ela estava com dificuldades respiratórias. Um dia, ela passou muito mal depois de uma ida ao pet para tomar banho. Não respirava direito, ficou com a língua bastante roxa, não conseguia andar, parecia muito tonta. Meu pai correu com ela pro veterinário e ela passou a noite no balão de oxigênio. Eu chorei a noite inteira. Queria ter ficado lá com ela.

Depois ela voltou bem. Teve que tomar mais remédios, mas nada demais. Nesse ponto ela já tinha que comer ração para animais cardíacos, que ela não gostava muito. Minha mãe começou a preparar arroz, carne moída e frango pra ela, sem sal. Ela parecia não perceber a diferença de gosto e comia feliz. Eu ia almoçar e já levava o potinho de carne moída sem sal junto, pra ficar dando pra ela, de modo que ela pensava que era a carne do meu prato. E ficava feliz assim.

Ela já não corria pela casa, mal implicava com os cachorros do vizinho e estava muito mais dócil do que de costume. Além de estar cada vez mais próxima de mim. Eu chegava do trabalho e ela era a minha companhia, sempre. Depois meu pai chegava, mas quase sempre saía de novo. Eu ficava trabalhando aqui de casa e ela sempre deitada aos meus pés. Eu parava pra tomar água ou ir ao banheiro, ela vinha junto. E eu finalmente tirava alguns minutos pra brincar com ela. Mas nada de correria pela casa. Ela já não aguentava isso.

Ontem foi o dia em que mudei meu turno no trabalho. Passei a trabalhar fora de casa no período da tarde. Passei a manhã com ela aos meus pés, enquanto eu marcava umas consultas médicas pra mim. Depois, brinquei com ela. Ela estava particularmente fofa, coma barbicha suja. Desde que ela passou mal depois do banho no pet, começamos a dar banho nela aqui em casa. Eu devia ter dado banho nela no fim de semana, mas só me atinei pra isso ontem de manhã. Era um processo demorado. Pra que ela ficasse tranquila, eu (ou minha mãe) entrávamos debaixo do chuveiro junto com ela. Não dávamos banho na pia, porque a água era gelada demais. Tomava banho no chuveiro mesmo. Depois, a secávamos com secador. Era muito pelo, e ela detestava que secássemos seu traseiro.

Eu não dei o banho e ela estava sujinha, mas seu bigode marrom estava um charme. Brinquei muito com ela, apertei suas orelhas. Me arrumei pra ir trabalhar, almocei. Aí demos uma voltinha e ela fez suas necessidades. Voltamos para casa, esquentei sua comidinha sem sal no microondas e ela comeu seu frango, satisfeita. Percebeu que eu ia sair e ficou um pouco emburrada. Mas ainda me deixou dar um beijo em sua testa e apertar suas orelhas gordas e fofas. E eu fui trabalhar. Voltei sete horas e meia depois, quando encontrei meu pai sentado no sofá. A July não veio fazer festinha e nem estava deitada nos pés do meu pai. Algo estava errado. Ela foi a uma consulta de retorno no veterinário, meu pai pediu para que dessem um banho nela. Ele ficou ao lado dela, pra tranquilizá-la, mas ela não resistiu. Começou a passar muito mal, ficou sem ar, semi desmaiada. O veterinário tirou 2 litros de água dos pulmões dela e disse que seu coraçãozinho estava muito ruim. Ela estava sofrendo. Diante da situação, meu pai, quase sem conseguir falar, autorizou que a injeção fosse dada. E ele nunca mais a viu. Voltaram apenas com a sua coleirinha e a devolveram pro meu pai, que chegou em casa, chorou e ficou 4 horas sentado no sofá, esperando que o restante da família chegasse para dar a notícia.

Deixei a July alimentada e feliz pela manhã. De volta do trabalho, à noite, a casa estava mais vazia do que nunca. Já tem 15 horas que eu soube da morte dela e eu não consegui parar de chorar, apesar de ter dormido um pouco. A casa está vazia. Não tem barulho de unhas batendo no piso de madeira. Nem suas tosses doloridas. Nem seu cheiro. Nem sua companhia enquanto estamos deitados na cama ou vendo TV. Não tem mais um pedaço enorme da minha alegria diária.

Dizem que cachorros vivem pouco porque já nascem sabendo amar de um modo que nós, seres humanos, levamos a vida inteira pra aprender. Acredito muito nisso. Se tem algum ser evoluído nessa relação, acho que os animais estão na frente. Eu tenho certeza que nenhum ser humano jamais será tão carinhoso comigo quanto a July foi. Claro que meus pais me amam, meus irmãos e alguns amigos. Mas isso não é demonstrado com atos de carinho todos os dias. Não tem festinha sempre que eu chego em casa. Sem julgamentos, só instinto. Só amor por amor e pronto. Sem falar, só nos atos, eu me sentia a pessoa mais amada do mundo. E a amei muito. O amor da minha vida é uma poodle que me deixou ontem com um buraco enorme no coração. Mas ao mesmo tempo, feliz, porque tive a chance de dar uma vida digna a ela, cercada de cuidados e muito carinho. Foi a troca mais perfeita que tive em toda a minha vida. E a mais simples. Só amor e mais nada.  Dói agora, mas não é nada perto de toda a felicidade que ela me deu nesses 13 anos. Faria tudo exatamente igual. E seria feliz, como fui. E ela seria feliz, como sei que foi.


OBS: Muitos (muitos) cães não têm a mesma sorte que ela teve e aguardam um lar. Quem quiser viver essa experiência maravilhosa deve considerar a adoção. Aqui, aqui , aqui  e aqui existem animais disponíveis, aguardando ter experiências tão bacanas quanto a July teve. Considere a adoção e atenção para a castração. Todos esses animais não são "de rua". Não existem animais de rua, existem donos desatentos que deixam os animais fugirem, procriarem sem controle e depois não sabem o que fazer com os filhotes. Ou pessoas ruins de coração, amargas e podres por dentro que simplesmente abandonam um ser que só quer amar e ser amado em troca. Adoção e castração são muito importantes pra começar a mudar a realidade do abandono. Quem não puder adotar um animal, pode entrar em contato e oferecer ajuda como lar temporário, ou ajudando com rações ou medicamentos, ou transporte de animais resgatados ou mesmo uma quantia mensal em dinheiro, que pode até ser 5 reais, não importa, já ajuda muito. Todos trabalham VOLUNTARIAMENTE, com nenhuma ajuda de custo do governo. A Aspaan conseguiu uma área em Aparecida de Goiânia para seu abrigo, mas não o apoio para construir o abrigo, e precisa de material de construção, mão de obra, etc. Ajude se puder, e eu sei que você pode.


E que minha July esteja em algum lugar bom, e em paz.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Dicas de Porto Alegre

Tenho mais algumas dicas para quem vai passar uma temporada em Porto Alegre. Adorei a capital gaúcha!

1 - Casa de Cultura Mário Quintana

É um prédio frondoso no centro da cidade, mais precisamente na Rua dos Andradas. O Mário Quintana morou no local, que funcionava antes como hotel. Lá tem algumas salas com exposições culturais, teatro, bomboniére, enfim, é uma casa de cultura mesmo. Tem também o jardim do Lutzenberg, grande ambientalista gaúcho. Além de tudo isso, tem o Santo de Casa, café/restaurante que fica no último andar do prédio e tem vista para o Rio Guaíba. Uma parte das mesas fica em uma espécie de terraço, perfeito para um almoço em um dia mais quente, porque venta bastante. Comi um risoto de queijo delicioso! Mas tem também massas, grelhados e saladas no cardápio.


A vista do terraço, com o Guaíba logo ali

Helena (gaúcha, bah!) e Daniel esperando almoço

Abóbada da Casa de Cultura Mário Quintana


Curiosidade: dizem que o Quintana vivia na boêmia e era encontrado com frequência totalmente bêbado, caído nas sarjetas do centro da cidade. Depois ia lá e escrevia poemas, muitos infantis (!!!).

2 - Xis

Continuando na sessão comida, o que mais me chamou a atenção em PoA não foram os famosos churrascos gaúchos. Foram os Xis. Os Xis são sanduíches estilo pit dog, só que gigantes. Até as versões menores, como os petiços, servidos no Pampa Burger (uma das redes que serve os Xis) são gigantes. Um Xis normal ocupa um prato todo e tem que comer com garfo e faca, porque haja boca pra ser na dentada!! É uma refeição completa. Pelo que percebi, os preços variam entre R$9,00 e R$14,00. Dá pra acrescentar batatinhas pagando um pouco mais, mas não tem necessidade de cada um da mesa pedir uma batata. Um só pede e pronto, porque vem muita! E o sanduíche, por si só, já satisfaz bastante.
Conheci o Só Comes, o Pampa Burger e o Cavanhas. O Só Comes e o Pampa Burger são mais arrumadinhos, estilo restaurante/barzinho. O Cavanhas tem mais cara de lanchonete mesmo. E são todos deliciosos. Ah, tem pra vegetarianos no Cavanhas, aí ao invés de carne, vem champignon. No bairro Cidade Baixa tem muitas opções de comidas e bares.

Xis básico!! Esse é do Cavanhas


3 - Parque Farroupilha, mais conhecido como Redenção.

O lugar é enormeee e muito bonito, além de ser o point dos gaúchos aos domingos. Uma das ruas adjacentes é fechada para o que eles chamam de "brique", uma espécie de feirinha com produtos variados, desde antiguidades a roupas e artesanato. Mas o que mais se vê são famílias inteiras brincando no parque, sentadas na grama tomando um sol e tomando chimarrão ou correndo com seus cachorros. Ah, são MUITOS cachorros. Amante desses bichos como eu sou, fiquei encantadíssima (inclusive com os donos, que catam as caquinhas dos bichinhos e jogam no lixo, como deve ser). Cheguei lá e já tinha uma barraquinha da Prefeitura de Porto Alegre, oferecendo animais para adoção. Iniciativa bacanérrima que a prefeitura de Goiânia podia copiar. Mais à frente, uma placa cita lei de 1991, que proíbe comércio de animais no local. Bem diferente do que rola nas feiras do Sol e Lua e adjacências do Flamboyant aqui em Gyn, em que animais são vendidos sem nenhum tipo de controle em relação aos criadores. Lá na Redenção, só adoção! Amei amei!
No domingo em que visitei o parque, fazia um friozinho gostoso de 9 ºC. Achamos um espacinho no sol, colocamos nossas cangas na grama e nos sentamos lá, tomando um chimarrão (que, pra quem não sabe, tem gosto de chá sem açúcar).
Dica: se for almoçar por lá, saia do parque em direção às ruas um pouco mais distantes. Como na praia, os preços vão caindo de acordo com a distância da praça.




Bah, que chimarrão quentinho tchê!


4 - Instituto Iberê Camargo, Santander Cultural e Mercado Central

A dica agora é pra quem pegar um dia chuvoso em PoA. Aconteceu com a gente e deixamos de dar um passeio no Guaíba por isso. Mas fomos perto da prainha do Guaíba, onde fica o Instituto Iberê Camargo. São três andares em um prédio com arquitetura super interessante. Em cada andar, uma exposição de um artista diferente. A entrada é gratuita e, se for de carro, o estacionamento é salgado: R$7,00 a primeira hora.

Vista de uma das janelinhas do Iberê: muita chuva, e o Guaíba

Vista do 2º andar

Quadro da exposição de Ione Saldanha

Criança feliz na exposição

Proibido entrar com chimarrão e mascando chiclete



Também tem o Santander Cultural, no centro da cidade. É um prédio antigo, arquitetura estilo colonial, que funcionava de fato como um banco e virou espaço de teatro, cinema e exposições. Tem umas mostras bacanas de cinema por lá. O preço do ingresso, valor único, é R$5,00. Depois, dá pra tomar um café em uma sala onde já funcionou o cofre do banco. A porta original do cofre ainda foi mantida.

Bem próximo do Santander Cultural tem o mercado central de Porto Alegre. O lugar é enorme, e tem, como em todo mercado central, um monte de comidinhas deliciosas. O de lá tem dois andares, com escada rolante e tudo. O prédio onde ele funciona é um local bem bonito, bem ventilado e distribuído. Gostei por não ser tumultuado. No segundo andar funcionam alguns restaurantes, inclusive um vegetariano.

Ecotelhado em ponto de ônibus próximo ao porto

Centrão de Poa


Ah, pra quem gosta de balada, tem o Beco, uma boate onde sempre rolam dois tipos de festa, uma em cada andar. Fui em uma festa com muita música Indie e rock, tocado pelas mocinhas do "Rock de Calcinha". Tocam muito e a voz da vocalista é de assustar de tão boa! No dia que fui, mulher não pagava! Melhor ainda! Gostei bastante, mas não tirei foto. O site deles é esse aqui ó: http://www.beco203.com.br/capa-beco.php


Curiosidades sobre PoA:
- o transporte público, pelo que usei (em horários de pico, inclusive), me pareceu bastante eficiente. São várias avenidas com corredor exclusivo e os ônibus passam com uma frequência boa. A tarifa é uma das mais caras do país: R$2,85. Mas o serviço é bom, acho que compensa. Ah, uma das empresas que opera é municipal!
- Está perdido na cidade e não sabe qual ônibus pegar? Disque 118 gratuitamente e pergunte a um atendente. É só dizer onde está e pra onde quer ir que eles informam. Tem também o site www.poatransporte.com.br

- Depois do Fantástico, eles têm um "Fantástico" regional, o Teledomingo. Achei interessante. A programação produzida pelas emissoras locais é bem mais diversificada. Acho que por uma questão estrutural.
- Tem um trem que sai do centro de Porto Alegre até Novo Hamburgo, na região metropolitana. Lá é a capital dos calçados, com várias lojas e outlets de grandes marcas. Não fiz o passeio, mas me disseram que a tarifa é menor que a cobrada nos ônibus da capital.